Ele me criou por amor Naquele vinho espesso mergulhou Meus trapos desencardiu Te tingiste de dor
O ensurdecedor silêncio no céu Meu Amado foi derramado O sol anoiteceu A pesada cortina das Eras fendeu
A aurora floresceu Os perfumes lavaram aquele chão O túmulo está vazio O meu Amado venceu!
Tu és o fogo que me aquece O carinho suave da brisa em meu rosto Eu sou Tua, sem fim Tu és meu para sempre
A mão gentil que me acalenta O som calmo do mar manso em meus ouvidos Me conheces desde a eternidade Me chamou desde sempre
Quão grande é o Teu esplendor , meu Amado?
Quão longos são seus passos entre as estrelas?
Como são brilhantes as multidões ao seu entorno
Como posso olhar diretamente para Ti?
Como posso estar na mesma gravidade ?
Teu amor me comprime, me esmaga e me queima
Teu olhar cálido me consome
O choro escapa sem voz e sem lágrimas
Minha alma derrama ansiando por Ti
Aqui nesse lugar onde Tua luz me despedaça
Teu amor me conserva
Teu amor me chama e movo desajeitadamente meus (...)
Só há Tu, meu Pai
A ti voltarei
Me esquecerei do que não importa
E como se nunca tivesse secado, florecerei para Ti
Do Verbo ouvirei meu nome verdadeiro
E retornarei ao meu estado original
Tudo voltará a ser Você e eu
E seremos um no Teu jardim
Tu és meu presente
Minha recompensa
Tu és a essência corrente
Que flui nos jardins do meu coração
Tu és a vida que brota das rochas
Que dissipa o "eu"
E que preenche tudo o que existe
"Quem sou eu?"
"Sou eu?"
"Eu?"
Só há Tú, meu amado
Para ti voltarei
Na Tua presença me prostrarei
Declaro o amor que não é só meu
Que és Tu me transbordando em cores
Para pintar a eternidade
"Quem..."
Só ha Tú meu Pai
Só no teu lugar eu sou eu
E tu em todo lugar é o Eu Sou
Tua bondade me embala
Com Tua ternura meu peito se acalma
Tu aquietas o vento
O som dos oceanos vem dos Teus lábios
Tu és a Palavra
Que faz as cores jorrarem da minh'alma
Ao quebrar das ondas
E em meio aos trovões
Tu faz "Shhhh"
E amansa minhas emoções
Tua doce voz me atraiu
Aquela sombra na Tua presença se esvaiu
Teus rios transbordaram em mim
E pelos meus olhos graça fluiu
Não mereci Teu favor
(...)